segunda-feira, 13 de maio de 2013

Universidade da República das Bananas

Hoje de manhã entrei num táxi para me deslocar a uma determinada zona de Lisboa. Como o Rádio se encontrava sintonizado numa emissora que não a Rádio Amália (coisa rara), não pude deixar de ouvir a notícia de que uma prestigiada revista internacional havia publicado um ranking de Universidades de todo o Mundo, constando desse mesmo ranking duas ou três Universidade portuguesas. Não fiquei de todo surpreendido pois à velocidade que "exportamos" licenciados para o estrangeiro, não será de estranhar que estes comecem a reconhecer cada vez mais a excelente formação que se faz em Portugal. É quase como reconhecermos um super-mercado onde vamos buscar produtos de excelente qualidade praticamente de borla.
Contudo, enquanto umas são louvadas no ranking das melhores, outras deveriam ser louvadas no ranking das piores, principalmente algumas que gostam de se auto-nomear de excelência e referência. 
Na semana passada desloquei-me a uma universidade extremamente conhecida para formalizar uma candidatura a um concurso especial disponibilizado por esta mesma universidade. Apesar de todas as universidades que disponibilizam este mesmo concurso permitirem formalizar a candidatura on-line, esta mesma universidade que se auto-intitula de vanguardista nas novas tecnologias, apenas aceita a candidatura em mãos nos seus serviços académicos. Estranhei este procedimento, contudo, apesar de residir a cerca de 200 km, decidi pagar uns bons 25€ de comboio para lá me deslocar e formalizar a minha candidatura. Assim que cheguei reparei que apenas tinha uma pessoa à minha frente e que já estava a ser atendida, pelo que não  sei se foi sorte ou se de facto a máquina de senhas e o plasma com os números das senhas e dos balcões foi mais um acto de "boa" gestão pública.
Rapidamente vi o número da senha mudar no plasma. Não sei porquê  dado que era o único que ali estava para um único balcão em funcionamento e para uma única funcionara. Após cordialmente cumprimentar a senhora e esta me ter devolvido a saudação com um ar de frete e de quem preferia estar noutro lado menos ali, expus as minhas intenções. Ainda antes de terminar o que estava a dizer, interrompeu-me de imediato questionando se levava o pré-requisito. Para quem não sabe, o pré requisito é um impresso próprio que as entidades do ensino superior fornecem e que posteriormente é assinado pelo médico de família.
Respondi prontamente que não pois trata-se de um impresso especifico e que nem sequer estava disponível no website dessa universidade. Como se fosse a coisa mais simples do mundo e novamente com um ar de frete respondeu: "vá ali ao Posto Médico ou às Urgências do Hospital a ver se lhe preenchem isso". Mesmo refutando que residia a 200 km dali e que tinha tirado o dia praticamente para lá ir, voltou a insistir para ir ao "Posto Médico".
Quase que em fúria e sabendo que era inútil lá me desloquei ao Centro de Saúde mas claro só poderia ser atendido após as 14 horas e sem garantias que me assinassem uma declaração de saúde dado que o médico não me conhecia de lado algum. Como é óbvio também não fui pagar 30€ nem entupir as urgências hospitalares.
Assim se perde um dia praticamente inteiro e como é óbvio terei de lá voltar e gastar mais 25€ de comboio para talvez desta vez conseguir formalizar a candidatura. Contudo talvez não formalize só a candidatura mas também uma queixa, pois eu ainda tenho possibilidade de fazer 400km em um dia e pagar para isso, mas estou certo que pessoas que lá vão de muito mais longe e sem tantas capacidades e a quem acaba por suceder o mesmo.
Mais uma vez temos a prova da autêntica República das Bananas que são alguns sectores em Portugal, onde  se goza com a cara das pessoas descaradamente.

M.S.